domingo, 6 de novembro de 2011

6 CRISTOLOGIA

Chegamos à cristologia. Consideramos a parte central do nosso estudo, pois Jesus Cristo, para nós é o centro. Lendo o artigo anterior, vamos entendendo um pouco melhor a missão de Cristo na vida da gente. Aqui queremos aprofundar o desenvolvimento da reflexão sobre ele ao longo dos séculos, com as devidas definições da Igreja, que geraram o Credo que temos hoje. Uma boa leitura.
1 TÍTULOS DE JESUS: PROFETA: só por analogia podemos atribuir a Cristo o titulo de profeta; FILHO DE DAVI: titulo ligado ao messianismo. Latente na época de Jesus; FILHO DO HOMEM: imagem criada por ele para exprimir o mistério de sua missão e de sua pessoa. FILHO DE DEUS: é uma confissão de fé; núcleo central da profissão de fé da Igreja. MESSIAS OU CRISTO: Indicando ,assim, que ele é o ungido de Deus.
2 HERESIAS E CONCÍLIOS CRISTOLÓGICOS: Heresias dos primeiros séculos: pré-arianas: Monarquianismo (monarquismo)nega a divindade de Cristo.      Dividem-se em duas: Modalistas (Oriente); Patripassionistas (Ocidente). Ensinam que o Pai é que  sofreu a paixão. Foram combatidos por Tertuliano e Hipólito de Roma; Dinamistas (adocianistas). Ensinavam que Jesus Cristo é um homem qualquer outro, nascido da Virgem, mas que, no momento do batismo o Espírito desce sobre Ele e transmite uma força (dynamis) divina e teria feito dele um homem superior, mas não divino, mas com carismas divinos. Docetismo-  Marcião(meados do século II) diz “não” ao Deus criador veterotestamentário e à sua criação. Dizia Cristo vivia num corpo apenas aparente e sofreu aparentemente. Subordinacionismo. O Filho é semelhante ao Pai e não consubstancial (homoiúsios). Para combatê-los: Argumento Soteriológico: Diz Gregório de Nazianzeno: “Aquele que não foi assumido não foi salvo, mas aquele que foi salvo, é aquele que estava unido a Deus”. Argumento trinitário: Diz respeito à natureza de Deus:  O Filho é consubstancial ao Pai, isto é, da mesma natureza.(Concílio de Nicéia 325). Comunicação dos atributos:         Atributos a humanidade de Jesus à Pessoa divina (O Filho do Homem, nasceu, sofreu, morreu) e a divindade ao homem Jesus(Jesus perdoou pecados).
1 Concilio de Nicéia I (325) -  Ário afirmava que o Filho era semelhante ao Pai, mas não igual, isto é, era homoiúsios. Erro trinitário: Semelhança do Verbo a uma criatura; Erro cristológico: A negação da alma humana de Jesus. O concílio condena Ario e afirmando o homooúsios: Jesus Cristo é consubstancial ao Pai.
2 Concílio de Constantinopla I (381) - Apolinário afirma que em Jesus Cristo não há alma humana. O concílio afirma: a) tudo o que foi assumido pelo verbo foi salvo, o que não foi assumido, não foi salvo; b) se a alma humana não fosse assumida pelo Verbo, o Lógos deveria tornar-se parte integrante da natureza humana. Por lógica, a divindade ficaria diminuída; c) sem a alma humana, princípio da inteligência e da vontade livre, Cristo não poderia nos merecer, dado que  não cumpriria sua missão com atos livres e deliberados.
3 Concílio de Éfeso (431) - A questão de fundo trata sobre a unicidade da pessoa de Cristo. Sua resolução quanto ao problema era chamar Maria de mãe de Cristo. Nestório via problemas de buscar a relação entre as duas naturezas, por usar distinção ou mesmo pela tendência “monofisista” – síntese das naturezas. O concílio vai afirmar que Maria é Theotókos, por causa da unicidade da pessoa de Cristo: verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
4 Concílio de Calcedônia (451) Este é importante porque retoma os três anteriores e precisa nos termos – Uma hipóstasis e duas phisis - Uma pessoa em duas naturezas– sem cofusão, sem divisão, sem mudança e sem separação.
5 Concílio de Constantinopla II  (553), Uma pessoa, duas naturezas. Reafirma a comunicação dos atributos, tão essencial para entendermos a unidade.
6 Constantinopla III (680-681), diante do monotelismo, afirma que em Cristo havendo duas naturezas há duas vontades, sem divisão, nem mudança, sem separação nem confusão.
7 Concilio de Nicéia II (787): Defende a utilização das imagens e justifica pela Sagrada Escritura e a Tradição
3- TRANSFIGURAÇÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO DE JESUS: 3- 1. A Transfiguração de Jesus:  antecipação daquilo que envolveria sua morte e ressurreição. 3.2. Paixão, morte e  ressurreição de Jesus - 2.1. O processo de Jesus: Diante da autoridade judaica é condenado por blasfemador;              frente à questão política de admitir outro “rei” que não César; Sua pretensão religiosa ao messianismo: crime de lesa majestade. 2.2. A teologia da cruz - Toda a vida de Jesus é uma kénosis. Ofereceu-se uma vez por todas a Deus Pai sobre o altar da cruz, deixando à sua dileta esposa, a Igreja, um sacrifício visível, e seu memorial permanecesse até o fim dos séculos e seu poder salutar fosse aplicado para a remissão dos pecados. 2.2.1. A morte sacrifical e o sentido da salvação -            Essa salvação começa com a vida de Cristo adquire-se para sempre por meio de sua morte e ressurreição e deve continuar na História. 2.2.2. Expiação e satisfação -           Não é Deus que precisa de expiação, mas o ser humano. Por isso, em Jesus a expiação significa auto-oferecimento amoroso, irrevogável, válido universalmente para todos. 2.2.3. Morte: solidariedade e representação:         A cruz é símbolo de ação solidária que não se demove pela violência em radial amor ao inimigo. A morte de Jesus Cristo, o Filho, é o fundamento que possibilita a nova relação com Deus.  3. Ressurreição: exaltação e capitulação: O Filho de Deus experimentou em sua ressurreição a misericórdia e o amor do Pai que são mais poderosos que a morte
Em resumo, na paixão, morte e ressurreição de Jesus, vemos o caráter escatológico  ao apontar  para  os últimos dias, para a esperança da vida eterna; soteriológico porque a salvação se realiza por Cristo; cristológico, porque Cristo é o centro  do plano salvífico de Deus e eclesiológico, porque Cristo confiou à Igreja a realização de plano de salvação integral da humanidade .

Modjumbá axé!
Pe. Degaaxé

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