sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

A VIDA DE ALGUÉM REVELA O QUE NO SEU CORAÇÃO TEM

 

Uma reflexão a partir de Lc 6, 39-45



 

    Depois de chamar seus discípulos de bem-aventurados e convidá-los a amar até mesmo seus inimigos, Jesus os chama a atenção para alguns riscos que podem atrapalhar a relação entre eles e a eficácia da missão. Ele faz uma dura crítica aos líderes do povo chamando-os de guias cegos porque não têm uma vida exemplar e pensam apenas em si mesmos. Claro que a preocupação do mestre é com seus discípulos que correm o risco de reproduzir a mesma mentalidade. Jesus propõe uma fraternidade autêntica e coerente e considera a cegueira e a hipocrisia a escolha que vai contra a sua proposta.

    Aqui é muito clara a acusação de Jesus aos fariseus, aqueles guias cegos que não conseguiam guiar os outros. Mas o que é dito também se aplica a todos nós seus discípulos, que desde o batismo temos a responsabilidade de ser guias. Se você é incapaz de ver o bem e a luz ao seu redor, como você pode guiar os outros para o bem e a luz? Se você não vive seus compromissos cristãos de forma coerente, por que critica os outros? Quando somos realmente cegos? Quando nos deixamos guiar pelo orgulho, focando apenas em nós mesmos; quando vivemos de aparência, sem lidar com nossa vida interior, sem conhecer quem realmente somos.

    Normalmente apontamos os erros dos outros, como se só os outros cometessem erros. Quanta pretensão! Porém esquecemos que provavelmente somos mais errados do que eles e esses mesmos defeitos que vemos nos outros são possivelmente apenas uma projeção de nossas próprias misérias. Há um ditado popular que diz assim: “Quem tem telhado de vidro não atire pedra no telhado de ninguém”. Neste caso, até o exercício da correção fraterna se torna difícil, uma grande responsabilidade que cabe a todos nós. Portanto, aqueles que tentam mudar os outros, mas são incapazes de mudar a si mesmos, são hipócritas. Se queremos que uma nova sociedade surja, devemos nos conscientizar da necessidade de mudar a nós mesmos em vez de tentar mudar os outros.

    O discípulo bem preparado será como o mestre, nunca maior que ele. No seguimento de Cristo, ninguém deve se considerar pronto. Somos todos discípulos e estamos sempre a caminho. Não somos melhores que ninguém! Cada um é chamado sempre de novo a escutar o Evangelho e a deixar-se plasmar por ele. Se nos deixarmos guiar pelo orgulho, cairemos na hipocrisia de insistir no cisco no olho dos outros e ignorar a trave que nos perturba. “É o antigo hábito de ser bom consigo mesmo e rigoroso com os outros. O Evangelho nos pede uma nova atitude, a de amor e não de julgamento, de mansidão e não de dureza de coração. O amor abre os olhos do coração para ver, comover-se e ir ao encontro dos outros com misericórdia”.

    Na parábola do cisco no olho do/a irmão/irmã, Jesus nos pede uma atitude que nos permita aproximar-nos ao outro com total abertura, sem julgá-lo, sem condená-lo por seus erros em vista de uma relação cada vez mais autêntica e fraterna. A diferença entre cisco e trave é imensa e Jesus usa o exemplo justamente para nos fazer entender que de fato não nos conhecemos. Se soubéssemos a verdade que somos, seríamos mais compassivos diante dos erros dos outros, porque enquanto olhamos alguns pequenos erros do outro cometemos erros maiores. O irmão que cometeu erros deve ser acolhido e tratado como um irmão. São João Calabria usava dizer que "devemos odiar os erros, mas amar os que erram, porque são nossos irmãos".

    Dissemos que as mudanças que nossa sociedade precisa devem começar no coração humano, pois é o centro de nossas decisões. Neste evangelho, Jesus o compara a um tesouro do qual podemos extrair o bem ou o mal. Minha boca fala do que está cheio o meu coração. O que um discípulo de Jesus deve carregar no coração? O que era um tesouro para o mestre o deve ser também para o discípulo. Se soubermos dar espaço no nosso coração às suas palavras, a nossa vida tornar-se-á fecunda, tal como aconteceu com Nossa Senhora. Não há nada oculto que não venha à luz. O que mais cedo ou mais tarde será revelado sobre alguém será o que ele/ela conseguiu guardar em seu coração. A vida de alguém revela o coração que tem; e somente um coração plasmado pelo evangelho pode revelar o que uma pessoa é: um evangelho vivo.


Fr Ndega

sábado, 19 de fevereiro de 2022

EL CAMINO DE LA VERDADERA PAZ.

 

Una reflexión a partir de 1 Sam 26, 2.7-9. 12-13. 22-23; 1Cor 15, 45-49; Lc 6, 27-38



 

La liturgia de hoy nos invita a cultivar una vida de no violencia, imitando al mismo Dios en sus gestos de bondad para con todos y todas. La primer lectura habla que David encuentra una oportunidad para eliminar a su enemigo, pero prefiere salvarle la vida. Esa actitud revela desde ya su vocación de ser un rey según el corazón de Dios. Él nos enseña a combatir la maldad con gestos de bondad.

La segunda lectura nos invita a abandonar las actitudes del hombre viejo, hecho de tierra y a vivir a partir de la nueva condición de hombre nuevo que el segundo Adán-Jesús nos trajo, viniendo del cielo. Sin él somos semejantes solamente al Adán antiguo; nada más. En este caso, sería una gran ingratitud de nuestra parte, volviendo inútil el gesto de amor de Cristo, en su donación suprema, a través de la cual nos vino la salvación.

En el Evangelio, Jesús nos propone “Amar a los enemigos y rezar por aquellos que nos maltratan”. Amar a aquellos que nos aman es fácil, gratificante e instintivo. Amar a los enemigos y hasta aún rezar por los que nos hacen mal es heroico e imposible para las fuerzas humanas. Por eso Jesús nos presenta al Padre como modelo. El ejemplo del Padre es motivación para el comportamiento de los hijos. No tenemos que inventar nada, basta con ser misericordiosos como el Padre.

Vivimos en un mundo donde todavía prevalece la antigua ley del Talión que determinaba: “ojo por ojo, diente por diente”. Eso quiere decir violencia, venganza en la misma medida. Jesús al contrario, pide a sus discípulos superar esa realidad y ofrecer la otra mejilla, esto es, otra alternativa de acción. No se debe hacer frente a quien es violento, usando sus mismas armas, y si así lo hiciéramos seremos como él y así la violencia no acaba. Solamente la bondad del corazón puede eliminar la violencia porque desarma a las personas, llevándolas a reflexionar mejor.

Por eso es por lo que se dice que los cambios que la sociedad necesita comienzan en el corazón humano, que es el centro de nuestras decisiones. Evangelicemos nuestros sentimientos y todo será bello para nosotros y para los otros. Con Jesús estamos yendo en contra mano de lo que piensa y enseña nuestra sociedad. La razón por la cual Jesús quiere que vayamos en contra de la mentalidad actual de violencia y venganza es para imitar al Padre. En verdad, Jesús está anunciando el amor del Padre y su forma de actuar. Él quiere que fijemos nuestra mirada en el Padre y actuemos como Él. Nuestra vida de discípulos de Cristo debe volverse anuncio de la misericordia del Padre, como fue la del mismo Cristo.

Mientras que algunas personas aman a aquellos de quienes esperan ser amados, es esencial para los discípulos de Jesús amar aun hasta los enemigos y hacer el bien a aquellos que los odian. El objetivo de todo eso es para que seamos hijos del Padre Dios, que concede sus dones no solamente a aquellos que son buenos, sino también a los ingratos y malvados. Él actúa así porque esa es su forma de ser y también para que podamos aprender con él. Aunque no merezcamos sus dones, no podemos imponer límites a su generosidad.

La venganza, el resentimiento y la violencia destruyen la fraternidad y niegan nuestra identidad de hijos e hijas de Dios. Según el Papa Francisco, la condición para saber quien de hecho es hijo e hija de Dios es la actitud de misericordia. Con la ayuda de Dios, podemos cambiar nuestra realidad porque él sabe como transformar una mala situación en buena y nuestra realidad de muerte en vida, como sucedió con la muerte de su Hijo Jesús, que fue un hecho violento de los seres humanos, pero que él hizo que se vuelva un beneficio para la salvación de todos. Un bello testimonio de eso es el perdón que Jesús ofrece en la Cruz, siendo torturado por sus enemigos. Él no solamente reza por ellos, sino que también los defiende diciendo que no saben lo que hacen. Que podamos cultivar en nuestro corazón los mismos sentimientos y actitudes de nuestro maestro Jesús.


Fr Ndega

Traduciòn: Nòmade de Dios

O CAMINHO DA VERDADEIRA PAZ

 

Uma reflexão a partir de 1Sam 26, 2.7-9.12-13.22-23; 1Cor 15, 45-49; Lc 6, 27-38



 

    A liturgia de hoje nos convida a cultivar uma vida de não violencia, imitando o proprio Deus em seus gestos de bondade para com todos e todas. A primeira leitura fala que Davi encontra uma chance de eliminar o seu inimigo, mas prefere poupar-lhe a vida. Essa atitude revela desde já a sua vocação de ser um rei segundo o coração de Deus. Ele nos ensina a combater a maldade com gestos de bondade.   

    A segunda leitura nos convida a abandonar as atitudes do velho homem feito de terra e vivermos a partir da nova condição de homem novo que o segundo Adão-Jesus nos trouxe, vindo do céu. Sem Ele somos semelhantes somente ao antigo Adão; nada mais. Neste caso, seria uma grande ingratidao da nossa parte tornando inutil o gesto de amor de Cristo, em sua doação suprema, através do qual nos veio a salvaçao.  

    No evangelho, Jesus nos propõe de “Amar os nossos inimigos e rezarmos por aqueles que nos maltratam”. Amar aqueles que nos amam é fácil, gratificante e instintivo. Amar os inimigos e até mesmo rezar pelos nos fazem o mal é heroico e impossível para as forças humanas. Por isso Jesus nos apresenta o Pai como modelo. O exemplo do Pai é motivação para o comportamento dos filhos. Não temos que inventar nada. Basta sermos misericordiosos como o Pai.

    Vivemos em um mundo onde ainda prevalece a antiga Lei do Talião que estabelecia: “Olho por olho, dente por dente”. Isso quer dizer violencia, vingança na mesma medida. Jesus, pelo contrario, pede a seus discipulos para superar essa realidade e oferecer a outra face, isto é, uma outra alternativa de ação. Não se deve fazer oposição a quem é violento, usando as mesmas armas dele; e se assim o fizermos, seremos como ele e assim a violencia não acaba. Somente a bondade do coração pode eliminar a violencia porque desarma as pessoas, levando-as a refletir melhor.    

    Por isso è que se diz que as mudanças de que a nossa sociedade precisa começa no coraçao humano, que é centro das nossas decisões. Evangelizemos os nossos sentimentos e tudo serà belo para nòs e para os outros. Com Jesus estamos andando na contra-mão do que pensa e ensina a nossa sociedade. A razão pela qual Jesus quer que andemos contra a mentalidade atual de violencia e vingança é para imitar o Pai. Na verdade, Jesus està anunciando o amor do Pai e o seu jeito de agir. Ele quer que fixemos o olhar no Pai e agiamo como Ele. A nossa vida de discipolos de Cristo deve se tornar annuncio da misericordia do Pai como foi aquela do proprio Cristo.  

    Enquanto algumas pessoas amam aqueles de quem esperam ser amados, é essencial para os discípulos de Jesus amar até mesmo os inimigos e fazer o bem àqueles que os odeiam. O objetivo de tudo isso é para que sejamos filhos do Pai Deus, que concede seus dons não somente àqueles que são bons, mas também aos ingratos e malvados. Ele age assim porque esse é o seu jeito de ser e também para que possamos aprender com ele. Mesmo que não mereçamos os seus dons, não podemos impor limites à sua generosidade.

    A Vingança, o ressentimento e a violência destroem a fraternidade e negam a nossa identidade de filhos e filhas de Deus. Segundo o Papa Francisco, a condição para saber quem de fato é filho e filha de Deus é a atitude da misericórdia. Com a ajuda de Deus, podemos mudar a nossa realidade porque ele sabe como transformar uma situação ruim em situação boa e a realidade de morte em vida, como aconteceu com a morte de seu Filho Jesus, que foi um ato violento dos seres humanos, mas que ele fez com que se tornasse benefício para a salvação de todos. Um belo testemunho disso é o perdão que Jesus oferece na Cruz, sendo torturado por seus inimigos. Ele não somente reza por eles, mas também os defende dizendo que não sabem o que fazem. Que possamos cultivar em nosso coração os mesmos sentimentos e atitudes do nosso mestre Jesus.


Fr Ndega

LA VIA DELLA VERA PACE

 

Una riflessione a partire da 1Sam 26, 2.7-9.12-13.22-23; 1Cor 15, 45-49; Lc 6, 27-38



 

    La liturgia di questa domenica ci invita a coltivare una vita di non violenza, imitando lo stesso Dio nei suoi gesti di bontà verso tutti. La prima lettura dice che Davide, pur avendo la possibilità di eliminare il suo nemico, preferisce risparmiargli la vita. Questo atteggiamento rivela già la sua vocazione ad essere un re secondo il cuore di Dio. Ci insegna a combattere il male con atti di bontà.

    La seconda lettura ci invita ad abbandonare gli atteggiamenti del vecchio uomo fatto di terra e vivere la nuova condizione di uomo nuovo che il secondo Adamo-Gesù ci ha portato dal cielo. Senza di Lui siamo solo come il vecchio Adamo; niente di più. In questo caso, sarebbe una grande ingratitudine da parte nostra rendendo inutile il gesto d'amore di Cristo, nella sua suprema donazione, per mezzo della quale ci è venuta la salvezza.

    Nel Vangelo, Gesù ci chiede di “amare i nostri nemici e pregare per coloro che ci maltrattano”. Amare chi ci ama è facile, gratificante e istintivo. Amare i nemici e persino pregare per coloro che ci fanno del male è eroico e impossibile per le forze umane. Per questo Gesù ci presenta il Padre come modello. L'esempio del Padre è ciò che muove il comportamento dei figli. Non dobbiamo inventare niente. Basta essere misericordiosi come lo è il Padre.

    Viviamo in un mondo in cui prevale ancora la vecchia Legge del Taglione, che stabiliva: “Occhio per occhio, dente per dente”. Ciò significa violenza, vendetta nella stessa misura. Gesù, al contrario, chiede ai suoi discepoli di superare questa realtà offrendo l'altra guancia, cioè un'altra alternativa di azione. Non bisogna opporsi a coloro che sono violenti usando le loro stesse armi: saremmo come loro e la violenza non finirebbe mai. Solo la bontà del cuore può eliminare la violenza perché disarma le persone, portandole a riflettere meglio.

    Per questo si dice che i cambiamenti di cui la nostra società ha bisogno iniziano nel cuore umano, che è il centro delle nostre decisioni. Evangelizziamo i nostri sentimenti e tutto sarà bello per noi e per gli altri! Con Gesù andiamo controcorrente rispetto a ciò che la nostra società pensa e insegna. Il motivo per cui Gesù vuole che andiamo contro la mentalità attuale della violenza e della vendetta è imitare il Padre: Gesù infatti annuncia l'amore del Padre e il suo modo di agire. Vuole che fissiamo lo sguardo sul Padre e ci comportiamo come Lui. La nostra vita di discepoli di Cristo deve diventare un annuncio della misericordia del Padre come è stata quella di Cristo stesso.

    Mentre alcune persone amano coloro da cui aspettano di essere amati, è essenziale che i discepoli di Gesù amino anche i nemici e facciano del bene a coloro che li odiano. Lo scopo di tutto questo è quello di essere figli del Padre Dio, che elargisce i suoi doni non solo ai buoni, ma anche agli ingrati e agli empi. Lo fa perché questo è il suo modo di essere e anche perché possiamo imparare da lui. Anche se non meritiamo i suoi doni, non possiamo porre limiti alla sua generosità.

    La vendetta, il risentimento e la violenza distruggono la fratellanza e negano la nostra identità di figli e figlie di Dio. Secondo papa Francesco, la condizione per sapere chi è di fatto figlio e figlia di Dio è l'atteggiamento di misericordia. Con l'aiuto di Dio possiamo cambiare la nostra realtà perché Egli sa trasformare una brutta situazione in una buona situazione e la realtà della morte in vita, come è accaduto con la morte del Figlio suo Gesù, che è stato un atto violento dell'essere umano, ma che lo fece diventare un beneficio per la salvezza di tutti. Una bella testimonianza di ciò è il perdono che Gesù offre sulla Croce. Torturato dai suoi nemici, non solo prega per loro, ma li difende dicendo che non sanno cosa stanno facendo. Che possiamo coltivare nei nostri cuori gli stessi sentimenti e atteggiamenti del nostro maestro Gesù.


Fr Ndega

Revisione dell'italiano: Giusi

domingo, 13 de fevereiro de 2022

LA MEJOR ELECCIÓN.

 

Reflexión a partir de Jer. 17, 5-8; 1Cor 15, 12. 16-20; Lc 6, 17. 20 – 26



 

La mirada del Señor está llena de ternura para con nosotros porque quiere que compartamos su misma vida. La primera lectura y el salmo de este domingo afirman la importancia de cultivar un fe firme en el Señor, fuente de todo bien. Sin confianza en él, nuestra vida está desprovista de sentido y de fecundidad. La segunda lectura es una invitación a cultivar la certeza de nuestra futura resurrección, gracias a Jesucristo que resucitó verdaderamente de entre los muertos, como primicia de los que morirán, o sea, el primero de una larga serie. Y si Cristo es la primicia de los resucitados, entonces todos los que en él creen, por él, obtendrán la resurrección. El bautismo nos hace vivir este don por anticipado. ¡ Vivamos como resucitados y todo será bello para nosotros y para los otros!

En cuanto al Evangelio, en este mismo capítulo 6, en los versículos 12 y 13, Jesús después de haber pasado la noche entera en oración, en diálogo con el Padre, elige a sus discípulos. Es con ellos que él desciende de la montaña y va al encuentro de las personas que lo esperan. Todos querían escucharlo, tocarlo, sentirlo cerca. Al ver aquella multitud, Jesús no queda insensible y aprovecha para hacer uno de sus discursos más desconcertantes, hecho en la llanura, podríamos decir que al nivel de las personas, de aquellas personas cansadas, exhaustas, enfermas, desesperadas. Las palabras de Jesús están dirigidas a los pobres, a los enfermos, a los que lloran, a los insultados y rechazados.

Estas palabras de Jesús en la teología se llaman discurso inaugural del Reino de Dios. También podemos encontrarlo en el Evangelio de Mateo, que menciona las ocho bienaventuranzas. El número ocho coincide también en Lucas, que lo divide en cuatro bienaventuranzas y cuatro advertencias, los llamados “Ay”. La dinámica del reino consiste en la inclusión de aquellos que la sociedad normalmente excluye, tratando bien a aquellos que la sociedad desprecia. Esta fue la elección de Jesús: traer buenas noticias a aquellos que no son importante, que no cuentan. Quien es pobre, infeliz y sufriente es bienaventurado, no por la situación de pobreza o sufrimiento, sino porque Dios los ama, viene a su encuentro y es verdaderamente cercano a ellos.

En este pasaje, Jesús también se dirige a los poderosos de este mundo, aquellos cuya actitud y elecciones se oponen a las propuestas del reino. ¡Ay de ustedes que acumulan tesoros en la tierra y no son ricos delante de Dios! ¡Ay de ustedes que se dejan poseer por las cosas que poseen! Ustedes están en el camino equivocado. El mundo no será mejorado por aquellos que acumulan dinero y muchos “yo”. La abundancia de bienes, la búsqueda insaciable de placer, el deseo de suceso y aplausos… todas esas realidades nos dan una falsa seguridad y nos hacen creer que somos más importantes que los otros. La felicidad no viene del poseer, sino de la generosidad. Por esta razón, no recibimos los “yo” como una amenaza, sino como un lamento, un lamentar que viene del corazón de Dios que ama. “Recibamos las bienaventuranzas y permitamos que su lógica cambie nuestros corazones, en la medida del de Dios”.

Las enseñanzas de Jesús traen gran consuelo y esperanza, y aquellos que lo escuchan y siguen son llamados bienaventurados. El Antiguo Testamento a veces usa esa expresión en relación a la piedad, sabiduría, prosperidad, temor de Dios. Jesús recuerda en el espíritu de los profetas, que también los pobres tienen parte en esas bendiciones. Aquí tenemos una forma de vivir y de pensar que pertenece a Jesús y que él no quiere que quede sólo para él. Desde el comienzo de su actividad pública quiso llamar discípulos como colaboradores y continuadores de su obra, este es su estilo de vida. Ellos son llamados bienaventurados porque comparten la misma vida del maestro, el Bienaventurado por excelencia.

Las bienaventuranzas son un programa de vida para todos nosotros que seguimos a Jesús, porque fueron vividas por el mismo Jesús y se volvieron el camino efectivo para entrar en su reino. Su reino es un reino de paz y todos aquellos que lo promueven son bienaventurados. Entonces, la paz se vuelve la condición fundamental para vivir como hijos amados de Dios como Jesús. El Papa Francisco nos hace esta pregunta:

¿Qué puedo hacer por la paz? Ciertamente podemos orar; pero no solamente eso: todos pueden decir “no” a la violencia, en la medida en que depende de sí. Porque las victorias obtenidas por la violencia son falsas victorias; mientras que trabajar por la paz es bueno para todos. Por lo tanto, siguiendo lo que dice el Papa, busquemos estar atentos a nuestras palabras, a nuestras actitudes para que sean promotoras de la paz y no de la violencia. Siempre tenemos dos alternativas de acción y el estilo de vida de Jesús nos enseña a elegir la mejor.


Fr Ndega

Traduciòn: Nomade de Dios

 

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

A MELHOR ESCOLHA

 

Reflexão a partir de Jr 17, 5-8; 1 Cor 15, 12. 16-20; Lc 6, 17. 20-26

 


    O olhar do Senhor é cheio de ternura para conosco porque quer que compartilhemos a sua mesma vida. A primeira leitura e o salmo deste domingo afirmam a importância de cultivar uma fé firme no Senhor, fonte de todo bem. Sem confiança nele, nossa vida é desprovida de sentido e fecundidade. A segunda leitura é um convite a cultivar a certeza da nossa ressurreição futura, por causa de Jesus Cristo que ressuscitou verdadeiramente dos mortos como primícias dos que morreram, ou seja, o primeiro de uma longa série. E se Cristo é a primícia dos ressuscitados, então todos os que nele crêem, em virtude dele, obterão o dom da ressurreição. O batismo nos faz viver este dom por antecipação. Vivamos como ressuscitados e tudo será belo para nós e para os outros!

    Quanto ao Evangelho, neste mesmo capítulo (Lc 6), nos versículos 12 e 13, Jesus, depois de ter passado a noite inteira em oração, em diálogo com o Pai, escolhe seus discípulos. É com eles que Ele desce da montanha e vai ao encontro das pessoas que o esperavam. Todos queriam ouvi-lo, tocá-lo, senti-lo perto. Ao ver aquela multidão, Jesus não fica insensível e aproveita para fazer um dos seus discursos mais desconcertantes, feito na planície, poderíamos dizer ao nível das pessoas, daquelas pessoas cansadas, exaustas, doentes, desesperadas. As palavras de Jesus são dirigidas aos pobres, aos doentes, às pessoas que choraram, aos insultados e rejeitados.

    Estas palavras de Jesus são chamadas na teologia, il discurso inaugural do Reino de Deus. Também podemos encontrá-lo no Evangelho de Mateus, que menciona as 8 bem-aventuranças. O número 8 coincide também em Lucas, que o divide em 4 bem-aventuranças e 4 advertências, os chamados “ais”. A dinâmica do reino consiste na inclusão daqueles que a sociedade normalmente exclui, tratando bem aqueles que a sociedade despreza. Esta foi a escolha de Jesus: trazer boas notícias para aqueles que não são importantes, que não contam. Quem é pobre, infeliz ou sofredor é ben-aventurado, não pela sua situação de pobreza, infortúnio ou sofrimento, mas porque Deus os ama, vem ao seu encontro e é verdadeiramente próximo dele.

    Nesta passagem, Jesus também se dirige aos poderosos deste mundo, aqueles cujas atitudes e escolhas fazem oposição à proposta do reino. Ai de vocês que acumulam tesouros na terra e não são ricos diante de Deus! Ai de vocês que se deixam possuir pelas coisas que possuem! “Vocês estão no caminho errado! O mundo não será melhorado por aqueles que acumulam dinheiro e muitos 'eus'. A abundância de bens, a busca insaciável do prazer, o desejo de sucesso e aplausos... todas essas reivindicações nos dão uma falsa segurança e nos fazem acreditar que somos mais importantes que os outros”. A felicidade não vem da posse, mas da generosidade. Por esta razão, não acolhemos os “ais” como uma ameaça, mas como uma lamentação; um lamentar que vem do coração do Deus que ama. “Acolhamos as bem-aventuranças e permitamos que sua lógica mude nossos corações, na medida daquele de Deus”.

     Os ensinamentos de Jesus trazem grande consolação e esperança, e aqueles que o ouvem e seguem são chamados bem-aventurados. O Antigo Testamento às vezes usa essa expressão em conexão com a piedade, a sabedoria, a prosperidade, o temor de Deus. Jesus lembra, no espírito dos profetas, que também os pobres têm parte nessas 'bênçãos'. Aqui temos um modo de viver e de raciocinar que pertence a Jesus e que ele não quer que fique só para ele. Desde o início de sua atividade pública quis chamar discípulos como seus colaboradores e continuadores de sua obra, isto é, de seu estilo de vida. Eles são bem-aventurados porque compartilham a mesma vida do mestre, o Bem-aventurado por excelência.

    As bem-aventuranças são um programa de vida para todos nós que seguimos Jesus, porque foram primeiramente vividas pelo próprio Jesus e se tornaram o caminho efetivo para entrar no seu reino. O seu é um reino de paz e todos aqueles que o promovem são bem-aventurados. Então, a paz torna-se a condição fundamental para viver como filhos amados de Deus como Jesus. O Papa Francisco nos faz esta pergunta:

    “O que posso fazer pela paz? Certamente podemos orar; mas não só: todos podem dizer "não" à violência na medida em que depende de si. Porque as vitórias obtidas pela violência são falsas vitórias; enquanto trabalhar pela paz é bom para todos!" Portanto, seguindo o que diz o Papa, procuremos estar atentos às nossas palavras, às nossas atitudes para que sejam promotoras da paz e não da violência. Sempre temos duas alternativas de ação e o estilo de vida de Jesus nos ensina a escolher a melhor.


Fr Ndega


LA SCELTA MIGLIORE

 


Riflessione a partire da Ger 17, 5-8; 1 Cor 15, 12. 16-20; Lc 6, 17. 20-26



 

    Lo sguardo del Signore è pieno di tenerezza verso di noi perché vuole che condividiamo la sua stessa vita. La prima Lettura e il Salmo di questa Domenica ribadiscono l’importanza di coltivare una fede salda nel Signore, sorgente di ogni bene. Senza la fiducia in lui la nostra vita è priva di senso e di fecondità. La seconda Lettura è un invito a coltivare la certezza della nostra futura risurrezione, a causa di Gesù Cristo che è davvero risorto dai morti come primizia di coloro che sono morti, cioè il primo di una lunga serie. E se Cristo è la primizia dei risorti, allora, tutti coloro che credono in Lui, in forza di Lui otterranno il dono della risurrezione. Viviamo da risorti e tutto sarà bello per noi e per gli altri!

    Riguardo il Vangelo, in questo stesso capitolo (Lc 6), nei versetti 12 e 13, Gesù, dopo aver passato tutta la notte in preghiera, in dialogo con il Padre, sceglie i suoi discepoli. È insieme con loro che Lui scende dal monte e va verso la gente che lo aspettava. Tutti volevano ascoltarlo, toccarlo, sentirlo vicino. Gesù, vedendo quella folla, non rimane insensibile e coglie l’occasione per pronunciare uno dei suoi discorsi più sconvolgenti, che viene fatto in pianura, potremmo dire a livello della gente, di quella gente stanca, sfinita, malata, disperata. Le parole di Gesù sono rivolte a quei poveri, a quei malati, a quella gente che piangeva, a coloro che erano insultati e rifiutati.

Queste parole di Gesù sono chiamate nella teologia, come discorso inaugurale del Regno di Dio. Possiamo trovarlo anche nel Vangelo di Matteo, il quale menziona 8 beatitudini. Il numero 8 coincide in Luca, però, le divide in 4 beatitudini e 4 ammonimenti, i così detti “guai”. La dinamica del regno consiste nella inclusione di coloro che la società normalmente esclude, trattare bene coloro che la società disprezza. Questa è stata una scelta di Gesù: portare un lieto annuncio a coloro che non sono importanti, che non contano. Coloro che sono poveri, sventurati o sofferenti, sono felici, non a causa della loro situazione di povertà, sventura o sofferenza ma perché Dio li ama, viene loro incontro ed è veramente loro vicino.

In questo brano, Gesù si rivolge anche ai potenti di questo mondo, a coloro i cui atteggiamenti e scelte contrastano con la proposta del regno. Guai a voi che accumulate tesori sulla terra e non siete ricchi nel cospetto di Dio! Guai a voi che vi lasciate prendere dalle cose che possedete! “State sbagliando strada! Il mondo non sarà reso migliore da chi accumula denaro e troppi “io”. L’abbondanza dei beni, la ricerca insaziabile del piacere, il desiderio del successo e dell’applauso... tutte queste pretese ci danno una falsa sicurezza e ci fanno credere che siamo più importanti degli altri. La felicità non viene dal possesso, ma dalla generosità. Per questo, non accogliamo i guai come minaccia ma come lamento; un lamento che viene dal cuore del Dio che ama. Accogliamo le Beatitudini e permettiamo che la loro logica ci cambi il cuore, sulla misura di quello di Dio”. 

 Gli insegnamenti di Gesù portano grande consolazione e speranza, e coloro che lo ascoltano e lo seguono sono chiamati beati. L’Antico Testamento usa alle volte questa felicitazione a proposito di pietà, saggezza, prosperità, timore di Dio. Gesù ricorda, nello spirito dei profeti, che anche i poveri hanno parte a queste ‘benedizioni’. Qui abbiamo un modo di vivere e di ragionare che è proprio di Gesù e che egli non vuole che rimanga solo per sé. Sin dall’inizio della sua attività pubblica ha voluto chiamare i discepoli come suoi collaboratori e continuatori della sua opera, cioè, del suo stile di vita. Loro sono beati perché condividono la stessa vita del maestro, il Beato per eccellenza.

Le beatitudini sono un programma di vita per tutti noi che seguiamo Gesù perché sono state vissute per primo da Gesù stesso e diventano la via efficace per entrare nel suo regno. Il suo è un regno di pace e sono beati tutti i coloro che la promuovono. Allora, la pace diventa la condizione fondamentale per vivere da figli amati di Dio come Gesù. Il Papa Francesco ci fa questa domanda:

“Che cosa posso fare io per la pace? Sicuramente possiamo pregare; ma non solo: ognuno può dire “no” alla violenza per quanto dipende da lui o da lei. Perché le vittorie ottenute con la violenza sono false vittorie; mentre lavorare per la pace fa bene a tutti!” Allora, seguendo ciò che il Papa dice, cerchiamo di stare attenti alle nostre parole, ai nostri atteggiamenti perché siano promotori di pace e non di violenza. Abbiamo sempre due alternative di azione e lo stile di vita di Gesù ci insegna a scegliere la migliore. 


Fr Ndega

Revisione dell'italiano

 

sábado, 5 de fevereiro de 2022

ADESÃO À PALAVRA

 

Reflexão a partir de Is 6, 1-2a. 3-8; 1 Cor 15, 1-11; Lc 5: 1-11

 


    A Palavra de Deus que não passa pede que confiemos naquEle que, quando fala, indica o caminho certo pra seguir e pra viver. Somente a adesão total a ele e a obediência à sua palavra nos fazem enxergar além e alcançar bons resultados em todas as nossas iniciativas.

    A experiência vocacional de Isaías ocorre em um contexto litúrgico no templo: Deus lhe revela sua glória e santidade. Diante desse evento estupendo, Isaías se sente indigno por ser membro de um povo infiel, mas Deus o motiva purificando seus lábios, para que ele possa ser seu mensageiro. Consciente das necessidades do seu povo e sentindo profundamente o desejo de colaborar com Deus, Isaías responde prontamente, mostrando-se disponível aos desígnios divinos. Toda pessoa sensível aos apelos divinos é chamada a ter a mesma disponibilidade, tomando consciência de sua fragilidade e da necessidade da graça purificadora de Deus, que a torna capaz de fazer toda boa obra.

    São Paulo dá um verdadeiro testemunho da boa nova que mudou a sua vida. Como Isaías, também ele se sente indigno da missão que lhe foi confiada pelo Senhor. Será a graça de Deus a fazer dele um apóstolo e não sua iniciativa. Ele nos faz entender que o evangelho nos traz a salvação e não está sujeito a falsas interpretações, mas é para ser acolhido e vivido com fidelidade. Caso contrário, corremos o risco de esvaziar de sentido essa boa nova, tornando vã a graça de Deus em nós. Como São Paulo, que atribui todo o resultado de seu apostolado à graça de Deus, cada pessoa é chamada a tomar consciência desta graça e fazer tudo para não tornar vã esta ação em sua vida.

    No início do Evangelho de hoje chama a atenção o esforço do povo para escutar a Palavra de Deus através dos lábios de Jesus, reconhecendo a veracidade de seus ensinamentos e deixando-se atrair pelo Pai para escutá-lo. O evento ocorre perto do Lago da Galiléia onde as pessoas viviam a expectativa do Messias com paixão. Quanto aos milagres realizados neste lugar, além da fé dos ouvintes, o poder da palavra de Jesus foi fundamental, como aconteceu no princípio: Deus criou todas as coisas pelo poder da sua palavra. Pela sua palavra chamou e escolheu colaboradores como Abraão, Isaac, Moisés e muitos outros. Por sua palavra, ele trouxe libertação ao seu povo.

    É com o poder desta mesma palavra que Jesus pede a Simão e a seus companheiros de “avançar para àguas profundas e lançar as redes para a pesca”. Simão tinha duas alternativas: aceitar ou recusar. Certamente ele pensou antes de tudo que conhecia muito bem o ofício da pesca e não precisava de conselhos de ninguém. Como este é o primeiro encontro com Jesus, segundo a versão de Lucas, Simão e seus companheiros não conheciam aquele homem, exceto que ele era carpinteiro e pregador. Por acaso, um carpinteiro pode dizer aos pescadores como fazer o trabalho deles...? Mas Simão preferiu deixar-se guiar pela palavra daquele estranho e permitir o milagre; e do milagre o chamado para entregar-se por causa de Jesus.

    Da admiração ao seguimento. Como Isaías no templo, também Pedro se sente indigno diante da santidade de Jesus, mas é o próprio Jesus que o faz superar sua situação com o chamado a segui-lo. A proposta se estende a todos àqueles que estão dispostos a renunciar a tudo por Ele. Os primeiros discípulos não precisaram deixar a identidade de pescadores, segundo estas palavras: “Não tenhas medo; de agora em diante serás pescador de pessoas". Pescadores, sim, mas de uma maneira nova, com um novo significado. Terão novas redes, novos barcos e novos peixes. Abandonar o barco e as redes, no caso de Pedro e seus companheiros, significava abrir mão de tudo, inclusive das atividades normais que garantiam sustento e segurança. Muitas vezes a resposta ao chamado fascinante do Mestre requer uma coragem como esta.

    O que acontece nestes textos faz-nos compreender algo fundamental: a vocação é, de facto, uma iniciativa de Deus, um dom da sua bondade. Não somos dignos nem temos mérito perante Ele. O reconhecimento da nossa condição frágil, peccadora, permite que o Senhor atue com a abundância da sua graça para nos permitir levar a cabo a missão que nos confia. A barca de Simão é a Igreja e desta barca Jesus continua a ensinar o povo de Deus de quem espera total adesão e obediência à sua palavra. Este barco é também a vida de cada um de nós alcançada pela graça misericordiosa do Senhor e utilizada como instrumento para a difusão do Evangelho e de uma fraternidade cada vez mais autêntica para sua maior glória.


Fr Ndega

L’ADESIONE ALLA PAROLA

 

Riflessione a partire da Is 6, 1-2a. 3-8; 1Cor 15, 1-11; Lc 5, 1-11



 

La Parola di Dio che non passa ci chiede di fidarci di Lui che, quando parla, indica la via giusta da seguire e da vivere. Solo l’adesione totale a Lui e l’obbedienza alla sua Parola ci fa vedere oltre e raggiungere un risultato in tutte le nostre imprese.

L’esperienza vocazionale di Isaia accade in un contesto liturgico nel tempio: Dio gli rivela la sua gloria e santità. Dinanzi a questo evento stupendo, Isaia si sente indegno perché membro di popolo infedele, ma Dio gli motiva purificando le sue labbra, perché possa essere il suo messaggero. Consapevole del bisogno del suo popolo e sentendo profondamente il desiderio di collaborare con Dio, Isaia risponde con prontezza mostrandosi disponibile ai piani divini. Ogni persona sensibile agli appelli divini è chiamata ad avere la stessa disponibilità, prendendo coscienza della sua fragilità e della necessità della grazia purificatrice di Dio che la rende capace di compiere ogni buona opera.

San Paolo dà una vera testimonianza sulla buona notizia che ha cambiato la sua vita. Come Isaia, anche lui si sente indegno della missione affidatagli dal Signore. Sarà la grazia di Dio a renderlo apostolo e non la sua iniziativa. Egli ci fa capire che il vangelo ci porta la salvezza e non va soggetto a false interpretazioni ma accolto e vissuto con fedeltà. Altrimenti, corriamo il rischio di svuotare di senso questa buona notizia rendendo vana la grazia di Dio in noi. Come San Paolo, che attribuisce alla grazia di Dio tutto l’esito del suo apostolato, ogni persona è chiamata a prendere consapevolezza di questa grazia e fare tutto per non rendere vana questa azione nella propria vita.

    All'inizio del vangelo di oggi è stupendo lo sforzo della gente per ascoltare la Parola di Dio attraverso le labbra di Gesù. La gente riconosce la veracità dei suoi insegnamenti e si lascia attirare dal Padre per ascoltarlo. L’evento accade vicino al Lago di Galilea dove la gente viveva con passione l’aspettativa del Messia. Riguardo i miracoli compiuti in questo luogo, oltre alla fede degli ascoltatori, è fondamentale la potenza della parola di Gesù, come è avvenuto in principio: Dio creò tutte le cose mediante la potenza della sua parola. Per la sua parola chiamò e scelse collaboratori come Abramo, Isacco, Mosè e tanti altri. Per mezzo della sua parola portò liberazione al suo popolo.

    È con la potenza di questa stessa parola che Gesù raccomanda a Simone e compagni di “prendere il largo e gettare le reti per la pesca". Simone aveva due alternative: accettare o rifiutare. Di certo pensò prima di tutto di conoscere il mestiere della pesca e di non aver bisogno del consiglio di nessuno. Poiché questo è il primo incontro con Gesù, secondo la versione di Luca, Simone e i suoi compagni non conoscevano quell'uomo, tranne che era un falegname e un predicatore. Un falegname può dire ai pescatori come fare il proprio lavoro? Ma Simone ha preferito lasciarsi guidare dalla parola dello straniero e permettere il miracolo; dal miracolo la chiamata a mettere in gioco la propria vita a causa di Gesù. Notiamo ancora che è la forza della Parola che motiva la decisione.

    Dallo stupore la sequela. Come Isaia nel tempio, anche Pietro si sente indegno dinanzi alla santità di Gesù. Ma è lo stesso Gesù che gli fa superare la sua situazione con la chiamata alla sua sequela. La proposta si estende a quanti sono disposti a rinunciare a tutto per Lui. I primi discepoli non hanno lasciato l'identità di pescatori, secondo queste parole: “Non temere; d’ora in poi sarai pescatore di uomini”. Pescatori sì, ma in un modo nuovo, con un significato nuovo. Avranno nuove reti, nuove barche e nuovi pesci. Abbandonare la barca e le reti, nel caso di Pietro e dei suoi compagni, significava rinunciare a tutto, comprese le normali attività che garantivano sostegno e sicurezza. Spesso la risposta alla chiamata affascinante del Maestro richiede un coraggio come questo.

    Quello che accade in questi brani ci fa capire qualcosa fondamentale: la vocazione è di fatto iniziativa di Dio, dono della sua bontà. Non siamo degni né abbiamo meriti davanti a Lui. La riconoscenza della nostra condizione fragile permette al Signore di agire con l’abbondanza della sua grazia per renderci capaci di portare avanti la missione che Egli ci confida. La Barca di Simone è la Chiesa e da questa barca Gesù continua a insegnare al popolo di Dio dal quale si aspetta totale adesione e obbedienza alla sua parola. Questa barca è anche la vita di ognuno di noi raggiunta dalla grazia misericordiosa del Signore e usata come strumento in vista della diffusione del vangelo e di una fraternità sempre più autentica per la sua maggior gloria.


Fr Ndega

Revisione dell'italiano: Giusi