quarta-feira, 2 de novembro de 2011

2 REVELAÇÃO

Neste artigo, compartilho com vcs a síntese sobre a Revelação de Deus e a participação humana nesta mesma Revelação. Não se esqueça de ler o artigo anterior sobre a teologia e seu método. Uma boa leitura!
I. A REVELAÇÃO COMO AUTODOAÇÃO DE DEUS – Deus em sua bondade e sabedoria toma a iniciativa de se revelar aos seres humanos, a fim de tornar conhecido o mistério de sua vontade. Assim ele facilita o acesso do ser humano a si, através de acontecimentos e palavras.
II. REVELAÇÃO COMO VERDADE E COMO HISTÓRIA: PALAVRAS E AÇÕES NO PROCESSO DE REVELAÇÃO. Verdade e história não se confundem, mas na revelação se relacionam mutuamente, não podendo separar a Verdade eterna de Deus e a historicidade do homem. A revelação se dá na história, mas a supera, a transcende.
1. A compreensão da revelação no AT – PONTO CENTRAL: Aliança que Deus faz no Monte Sinai com Moisés.
2. A compreensão da revelação no NT: Jesus é Deus entre nós, é a plenitude da revelação.
3. A revelação nos Santos Padres - 3.1. Os padres apostólicos: Cristo é o único Mestre pelo qual Deus se dá a conhecer.  3.2. Os apologetas: Utilizam categorias gregas para explicar o mistério cristão e dizem ser necessária a revelação para chegarmos ao conhecimento do Deus incognoscível.
4. A revelação nos CONCÍLIOS: O Concílio de Latrão IV (1215) afirmou a Revelação divina frente às seitas espiritualistas. O Concílio de Trento (1545-1563), A Revelação aparece com o termo “Evangelho”, tido como fonte da verdade da salvação da humanidade e da disciplina moral. No Concílio Vaticano I - Revelação como dom de Deus em oposição à autonomia absoluta da razão. No Concílio Vaticano II - a Revelação é dom de Deus: Deus se autocomunica para envolver o ser humano em sua comunhão íntima. Jesus Cristo realiza e completa a revelação;
III. A FÉ COMO RESPOSTA À AUTOCOMUNICAÇÃO DE DEUS - revelação e a fé são correlativas e não se pode compreender uma sem a outra. Com efeito, a revelação fundamenta a resposta da fé, e esta, por sua vez, situa concretamente no homem o evento da revelação.
IV. ELEMENTOS DO ATO DA FÉ - Fides qua: a fé pela qual se crê, o ato de crer. Fides quae: é o conteúdo da fé. Fides quarens intellectum: é uma busca do espírito, uma prospecção do mistério já aceito na fé. Dimensões da fé são: a) fé como confissão; b) fé como conhecimento; c) fé como obediência; d) a fé, opção fundamental do homem. “
V. CARÁTER TEOLOGAL E ECLESIAL DA FÉ - Ao Deus que se revela o ser humano responde pela fé. Para isso conta com prévio auxílio da graça e o auxílio interior do Espírito Santo. Crer é um ato eclesial, pois a fé da Igreja precede gera e alimenta a nossa fé.
VI. A CREDIBILIDADE DA REVELAÇÃO -           Os motivos para a credibilidade são: as profecias, os milagres, o heroísmo dos mártires, a expansão milagrosa da religião cristã, a Igreja considerada em si mesma.
VII. AS FONTES DA REVELAÇÃO E AS FONTES DA TEOLOGIA - As fontes da revelação: Sagrada Escritura e Sagrada Tradição.       Fontes da teologia: Sagrada Escritura, Sagrada Tradição e magistério.
VIII. REVELAÇÃO, INSPIRAÇÃO, INERRÂNCIA E CANONICIDADE - Foi escrita sob a inspiração do Espírito Santo”. Por isto a Bíblia é inerrante quando se fala de assuntos de fé e de sua prática. A canonicidade é a propriedade que têm os livros sagrados de terem sido destinados à Igreja e em seguida reconhecidos por ela.
IX. RAZÃO E FÉ ANTE A EXISTÊNCIA DE DEUS: a progressiva revelação que Deus faz de si mesmo; o pensamento bíblico em torno ao conhecimento natural de Deus; a afirmação da existência de Deus a partir do mundo . Quando Deus cria, representa-se necessariamente a si mesmo. Na criação sai fora de si mesmo, permanecendo ao mesmo tempo em si. Dizemos que o homem é sobretudo uma reprodução de Deus. O homem, autoconhecendo-se, pode ter a experiência de Deus. A revelação chega primeiro ao indivíduo, que ao captar,  interpreta o que lhe é comunicado como manifestação de Deus. Pela fé entra o homem em comunhão com Deus, de modo a participar do próprio conhecimento de Deus.
X. OS NOMES DE DEUS -     Recorda a primeira manifestação feita a Moisés (Ex 3, 1-15), Eu sou aquele que sou, o Deus de Abraão, de Israel e de Jacó. Javé significa deus, não como ser absoluto, mas  como uma realidade inquebrável em sua eficácia.  Este nome lhe garante unicidade, que está marcada pela presença na história e no tempo. Ele revela-se como o Senhor da história, o Santo, o Criador e Sustentador.
XI. DEUS COMO SER PESSOAL - O Deus que se manifesta é Liberdade absoluta, autofundante; fonte de consciência e de liberdade, sendo ao mesmo tempo o Amor original, a esperança transcendente, a fonte de toda a Vida; é, portanto um ser pessoal e de relação..
10. A CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA DEI VERBUM - Deus dirige-se à humanidade para lhe manifestar os segredos de sua vida divina e comunicar-lhe seu desígnio de salvação. Fato e Objeto da Revelação: A Revelação é livre iniciativa de Deus, graça sua e uma demonstração de seu amor; Ele é objeto mesmo da Revelação, pois se revela a si mesmo, manifesta seu desígnio de salvação em Jesus Cristo; assim o ser humano participa da natureza divina.  Natureza da Revelação: Deus se dirige ao homem num diálogo de amor; por sua Palavra feita carne se dá a conhecer. Apresenta-se como um Deus da Palavra. Economia da Revelação: um amplo e misterioso desígnio que Deus persegue e vai realizando através dos séculos, por caminhos que só Ele conhece. Conteúdo da Revelação: A verdade profunda de Deus e da Salvação do homem que essa Revelação transmite resplandece em Cristo, mediador e plenitude de toda a Revelação; Função do Magistério e da Teologia na Transmissão da Revelação: Tem a tarefa de interpretar autenticamente a Palavra de Deus.

Modjumbá axé!
Pe. Degaaxé

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