quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O PLANO ORIGINAL DO CRIADOR


          Desde o início da Sagrada Escritura, vemos a manifestação do maravilhoso plano de Deus para a humanidade: o matrimônio e a família. Quando criou o ser humano - homem e mulher – Deus criou a comunhão dos diferentes, projetando para fora de si aquilo que faz parte de sua essência. Por isso, são imagem e semelhança de Deus. Quando mulher e homem são apresentados um ao outro, podemos dizer que houve um encontrar-se no outro: “esta sim...” “este sim...!” Assim, são chamados a perder-se um no outro para poder se encontrar a si mesmo e juntos bendizerem a Deus, zelando pela salvação do outro. Homem e mulher, então, são feitos um para o outro, como complementares e auxiliares; ambos da mesma carne, do mesmo criador e com responsabilidades compartilhadas. O matrimônio sela esta aliança e faz do homem e da mulher símbolo do carinho e da ternura de Deus pela humanidade toda. Pelo matrimônio, contribuem para que a relação esponsal entre Deus e a humanidade se torne visível. Na fidelidade e total gratuidade, buscam eternizar em suas vidas o amor que os uniu e que, na sua origem, é eterno porque vem de Deus. Este mesmo amor não os fecha em si mesmos, mas os torna fecundos e abertos à vida, através da geração dos filhos. Assim sendo, são duas as finalidades do matrimônio: o bem dos cônjuges, a geração e educação dos filhos.
A missão de procriar e educar os filhos, como coroamento da instituição matrimonial e do amor conjugal, refere-se ao prolongamento do ser humano, como pai e mãe, para além da história. Há um sentimento de eternidade. Procriando o ser humano participa do poder de Deus. Como em Deus, a criação é um transbordamento de si mesmo, a procriação é transbordamento da riqueza interior do homem e da mulher. Quer dizer que não basta a união conjugal, é preciso formar família, tão querida por Deus. Na ordem da Redenção e da Graça, Cristo abençoou copiosamente este amor à imagem da sua relação com Igreja. E assim como Deus vem ao encontro do seu povo, numa aliança de amor e fidelidade, Cristo, Salvador dos seres humanos e esposo da Igreja, vem ao encontro dos esposos com o sacramento do matrimônio. E não só vem ao encontro, como permanece com eles.
         O divórcio acaba com tudo isso, pois esfacela a relação e fragmenta a família, causando sofrimento para todos, principalmente para os filhos. O matrimônio é plano original de Deus, enquanto o divórcio é plano da mesquinhez e limitação humana. O divórcio nasce da dureza do coração das pessoas e não permite plena realização: “não é bom que o ser humano esteja só”, mas também não é bom “pular de galho em galho” ao bel prazer. Deus, quando faz as coisas, faz tudo bem feito, pois só sabe fazer assim. Quando ousamos intervir naquilo que Deus fez bem feito, facilmente prevalecem nossas limitações. Jesus confirma a ação e desejo originais de Deus e condena o divórcio nas suas inúmeras direções. Embora o divórcio não seja aceito, devemos agir sempre com caridade para com os divorciados, possibilitando a sua participação das atividades eclesiais. Todo julgamento compete a Deus.
         É preciso salvar a família. A família pode e deve ser formadora de opinião, resgatando aquilo que é mais sagrado: ser promotora de valores que possibilitem ao ser humano o desenvolvimento integral de suas potencialidades. Os pais devem testemunhar que suas vidas pertencem a Deus; devem fazer de seu lar verdadeira “igreja doméstica” a fim de que os filhos possam se aproximar das “coisas” de Deus, visto que é o próprio Deus os atrai para si. A realidade de nossas famílias nem sempre favorece um ambiente orante e o cultivo de uma fé fervorosa que possibilite uma participação e comprometimento eclesial. Assim como nossa família deve ser uma “igreja doméstica”, Devemos fazer da comunidade eclesial extensão da nossa família, deixando-nos amar verdadeiramente por Deus e unir esforços para superarmos as ocasiões que levam à separação e a divisão. Que cultivemos, em nossas famílias, a fidelidade e o perdão para fortalecermos sempre mais os laços de amor que nos unem.
Axé!
Pe. Degaaxé

Nenhum comentário: