quinta-feira, 23 de junho de 2011

A TRINDADE, A JUVENTUDE E A ECONOMIA


Estimados/as jovens,

                    Iniciemos dando graças ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo, pela vida da juventude e por mais esta oportunidade de experimentar a maravilha do seu amor, como seus filhos e filhas.
                   Aprendemos na catequese que o nosso Deus é Uno e Trino, e não poucas vezes, ficamos a nos perguntar como isto é possível. Quando se pensa em Deus como Uno, lembramos da sua unidade, assim como Jesus reza: eu e o Pai somos um, quem me vê, vê o Pai; que sejam um assim como eu e tu, Pai, somos um.          
                 Quando pensamos em Trino, lembramos que são pessoas distintas, cada uma com a sua missão específica, mas presente e atuante na missão da outra, de forma que onde uma das pessoas está, estão as outras duas e cada uma contém as outras duas. São pessoas que se amam eternamente e tão intensamente que evitam o isolamento e impedem a exclusão, promovendo a vida e a comunhão. Este é, portanto, o nosso Deus, Santíssima Trindade: unidade na diversidade, a melhor comunidade. Ele é único, mas não é sozinho; Ele é relação. Por ser comunidade de amor, é permanente novidade, envolvendo o universo inteiro numa dinâmica constante de recriação, comprometendo o ser humano a orientar todo o seu viver segundo este mistério.
               Assim, quando falamos em economia,  a nossa reflexão precisa se voltar para a intenção do Deus Trindade a respeito da vida e do ser humano. Em teologia, falamos de Economia da salvação, designando os planos de vida que Deus tem a nosso respeito, que nos proporciona abundância de dons e de bens.
               Essa reflexão nos leva a questionar o modelo econômico injusto, adotado em nosso país, que privilegia alguns e marginaliza tantos irmãos e irmãs. Esta economia que usa os jovens e os descarta segundo os seus interesses, com certeza, não é querida por Deus; pelo contrário, é um atentado à sua imagem presente em cada jovem. Questionamos o acúmulo e o consumismo desenfreado que isola sempre mais as pessoas e as tornam indiferentes frente a realidade dos seus semelhantes.
              A economia precisa estar a serviço da vida e não a vida a serviço da economia. Quando colocada a serviço da vida, ela nos abre perspectivas mais amplas. Ela se torna uma realidade promotora de solidariedade, de justiça, de cuidado com a natureza, de atenção às necessidades básicas de todos e todas. A fartura da mesa nos faz pensar na abundância de vida que o Deus Trindade quer nos proporcionar, convidando-nos a fazer parte do seu mistério.
             Na medida em que trazemos de volta a economia para seus verdadeiros objetivos, nos damos conta da dimensão transcendente da existência humana, chamada a participar da abundância dos bens divinos, que já começam a ser partilhados neste mundo, pelos valores que a fé cristã nos apresenta.

             Que o mistério do Deus Uno e Trino nos inspire atitudes mais proféticas, para cultivarmos uma nova economia pautada pela justiça e solidariedade, promovendo a vida e a dignidade para todos e todas.

Modjumbá axé!

Pe. Degaaxé


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