a) Teologia e prática pastoral
1. A PASTORAL AFRO-BRASILEIRA surge como consequência de um longo processo de conscientização e militância de gerações de negros e negras, que assumem viver sua fé e a negritude na Igreja do Brasil.
2. O MOVIMENTO DE RESISTÊNCIA NEGRO deu-se início desde que o primeiro negro foi trazido para esta terra como escravo.
3. A teologia passa muito pelo conhecer melhor o outro, compreender e olhar o universo como um lugar de Deus.
Deste processo podemos tirar algumas conclusões
1. É preciso descolonizar as mentes para superar os preconceitos que existem contra a comunidade negra.
2. Ter a teologia não só como um instrumento teórico, mas partir da comunidade negra como ponto de revelação de Deus. Repensar a teologia é repensar a prática pastoral que incide na celebração litúrgica. A comunidade negra tem algo a questionar sobre o modelo de formação que existe. Em síntese, pensar a teologia a partir das nossas práticas.
3. Evitar a dupla pertença;
4. Manter nossa identidade e valorizar a diferença;
5. Rever a questão da formação dos seminários e superar a negação de direitos, de identidade, de liberdade;
6. Repensar a questão litúrgica com relação ao povo
7. Resgatar a identidade do negro dentro da Igreja;
8. Fortalecer a relação com o Greni
9. Na opção pela pessoa humana, tomar cuidado para não divinizar;
10. As celebrações somente no mês de novembro soa como folclórica. Que se faça em outros momentos do ano;
11. Assumir-se como negro e testemunhar com alegria.
b) A liturgia da Igreja
Tivemos também a oportunidade de escutar algo sobre a liturgia oficial da Igreja. Eis algumas reflexões síntese que depois nos ajudará para entrarmos no assunto da liturgia inculturada.
1- A liturgia é uma ação sagrada e antes de ser humana, é divina. A ação ritual é ação de Deus no meio do povo. Por ser uma ação sagrada, na liturgia, Cristo, novamente, oferece e realiza a sua obra salvífica.
2- A liturgia antes de ser a Deus pela Igreja é ação de Cristo na Igreja;
3- O Cristo age na Igreja pela força dos símbolos;
4- Na liturgia a ação divina se dá através de ritos e preces. Os ritos na liturgia realizam o que proclamam: a salvação da humanidade;
5- Quanto aos cantos, não sou eu que devo animar a assembléia a cantar bem e sim o próprio canto. Cantar a liturgia implica em cantar o mistério da salvação, cantar o projeto amoroso de Deus por nós, revelado pela tradição bíblica. Assim, o referencial primeiro para a composição de um canto para a liturgia são as antífonas próprias para cada momento ritual;
6- Os gestos na ação ritual são gestos simbólicos e o símbolo não nasce do nada. É de toda a tradição da vida da Igreja;
c) Liturgia a caminho da inculturação em meios afrobrasileiros
1. VARIOS elementos que utilizamos nas missas inculturadas vem da religiosidade popular. esses elementos tem contribuído com a dinamicidade da celebração litúrgica.
2. A expectativa das pessoas em perguntar sobre quando vai acontecer a celebração inculturada favorece um envolvimento, uma interação que facilita a experiência.
3. A partilha que fazemos dos alimentos no final da missa é sinal da mesa que deve estar acessível a todos.
4. O objetivo da liturgia inculturada é o mesmo da Liturgia Romana, e NÃO PODERIA SER OUTRO: a CELEBRAÇÃO DO MISTÉRIO PASCAL, o louvor a Deus e a santificação do ser humano;
Qual o diferencial, então
“Creio que a LITURGIA INCULTURADA em meios afro-brasileiros PASSARÁ para a HISTÓRIA como AÇÃO AFIRMATIVA da Igreja no combate às DESIGUALDADES RACIAIS.
Conclusões
- O processo de inculturação litúrgica no Brasil deve respeitar a coexistência de diversos grupos culturais atuando em nossas Igrejas, cada um trazendo sua história, que é única e diferente, e como tal necessita ser considerada.
- Somos o país onde a diversidade está naturalmente presente, portanto o processo de inculturação litúrgica deve incorporar na liturgia os ritos, os símbolos, expressões religiosas, música e instrumentos que ajudem a celebrar a fé (SD, 248).
- Segundo a quarta instrução para uma correta aplicação da constituição conciliar (SC 37-40) “a liturgia da Igreja não deve ser estrangeira em nenhum país, a nenhum povo, para nenhuma pessoa e, ao mesmo tempo, terá de superar todo particularismo de raça ou de nação”.
- É bom ter presente a realidade do povo em nossas liturgias, mas ter a sensibilidade de não fazer das celebrações algo só cultural.
Modjmbá axé
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