sexta-feira, 14 de outubro de 2011

SEMINÁRIO LABORATORIAL SOBRE LITURGIA INCULTURADA

PROGRAMA

Objetivos
Geral
Tendo presente que “a Igreja precisa das culturas para evangelizar, pois sem as culturas não há evangelização”, buscamos, com este seminário, conhecer melhor a liturgia da Igreja e sua abertura às culturas, fortalecer a caminhada da Pastoral afro no vicariato de Porto Alegre, despertando as comunidades para encontros periódicos de reflexão sobre a realidade cultural afro dentro e fora da Igreja, resgatando esta mesma realidade na liturgia que celebramos.
Específicos
1- Possibilitar uma maior compreensão do Mistério Pascal e suas consequências para a vida das pessoas que celebram;
2- Descobrir e explorar os espaços para a criatividade oferecidos pela liturgia oficial da Igreja;
3- Conhecer elementos da cultura negra que são resgatados na liturgia;
4- Aprofundar o tema da inculturação como aproximação, diálogo, anúncio, intercâmbio de dons, e transformação das ‘estruturas’;
5- Partilhar experiências litúrgicas a caminho da inculturação em meios afro-brasileiros, buscando um maior enriquecimento mútuo, aprofundando o sentido daquilo que fazemos para darmos razão da nossa fé e da nossa esperança.

Espírito:
O povo negro canta rezando e reza dançando, uma oração que se faz envolvendo o corpo por inteiro, com cantos ritmados e muita dança, ao som dos atabaques, partilhando o alimento que fortalece o nosso corpo e anima nossa luta. O gingado e a alegria, num ambiente festivo e bem ornamentado, integrados com a toda natureza, nos fazem sentir a presença de Deus e a força dos Ancestrais. Dizia o Papa João Paulo II, aos afrodescendentes: “Encorajo-vos a defenderem a vossa identidade, a serem conscientes dos vossos valores e fazê-los frutificar. A fé não destrói, mas respeita e dignifica as culturas, mesmo com as diferenças”.

Justificativa:
A liturgia cristã é rica pelo Mistério que se celebra, mas também por possibilitar espaços para a criatividade. Ela se tornou ainda mais rica em contato com as culturas. Deve-se reconhecer que “a Igreja precisa das culturas para evangelizar, pois sem as culturas não há evangelização”. A idéia de inculturação nasce, então, a partir destes pressupostos: aproximação, diálogo, intercâmbio de dons, serviço. Da evangelização imposta surge uma releitura e um resgate. Queremos, então, celebrar com um novo jeito, com um novo rosto, mesmo que isto venha causando resistências em alguns setores eclesiais, devido à dificuldade de compreensão da riqueza que é a diversidade. O respeito e  a valorização das diferenças revela o rosto da verdadeira Igreja de Jesus Cristo, uma Igreja Peregrina e Mãe, que sabe acolher a todos como filhos e filhas. Levando em conta a contribuição que os (as) afrodescendentes vêm dando para a caminhada evangelizadora da Igreja, aceitamos o desafio de aprofundar o sentido da liturgia a caminho da enculturação em meios afro-brasileiros.
Modjumbá axé!

Pe. Degaaxé

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