segunda-feira, 26 de setembro de 2011

EMENTA DO SEMINÁRIO LABORATORIAL SOBRE LITURGIA INCULTURADA

EMENTA DO SEMINÁRIO LABORATORIAL SOBRE LITURGIA INCULTURADA
Dia 06 de novembro - Gravataí

A liturgia cristã é rica pelo Mistério que celebra, mas também por possibilitar espaços para a criatividade. Ela se tornou ainda mais rica em contato com as culturas. Deve-se reconhecer que “a Igreja precisa das culturas para evangelizar, pois sem as culturas não há evangelização”. A idéia de inculturação nasce, então, a partir deste pressuposto: aproximação, diálogo, intercâmbio de dons, serviço. Da evangelização imposta surge uma releitura e um resgate. Celebramos, então, com um novo jeito, com um novo rosto, mas ainda longe do ideal. Chamou-se ‘Missa dos Quilombos’, ‘Missa afro’, ‘Missa inculturada’, mas, por causa dos excessos, tensões e conflitos, convém dizer: liturgia a caminho da enculturação em meios afro-brasileiros. E como estamos? Vale a pena continuar tentando? É o que se propõe o SEMINÁRIO LABORATORIAL SOBRE LITURGIA INCULTURADA.
Como é do conhecimento de todos e todas, o rito romano é o mesmo em todo lugar (mundo ocidental), mas em suas particularidades - as “celebrações inculturadas afro”, como adaptação do rito romano (cf. SC 37-40) -  diferem das celebrações tradicionais,oficiais: é uma liturgia que envolve canto e muita dança, ao som dos atabaques e outros elementos da cultura negra; com muito gingado, o ato de celebrar torna-se assim rico e diversificado, abrindo espaço para a criatividade do gesto e das expressões litúrgicas, inovando-as de forma notável; a característica principal das celebrações inculturadas é a alegria e a descontração devido à dinâmica canto-dança, porque é assim que o negro e a negra manifestam a sua fé: na alegria; o povo negro canta rezando e reza dançando, uma oração que se faz envolvendo o corpo por inteiro. Desta forma, o canto, a dança, o toque dos atabaques, a natureza, os Ancestrais, a comida e as vestes de tradição africana são parte integrante e importante de nossas celebrações.
Sem grandes pretensões, esperamos alcançar nossos objetivos, levando os (as) integrantes a uma maior compreensão de todo o processo celebrativo, na ótica do Povo negro, partilhando experiências e se fortalecendo em vista de ‘dar razões da nossa fé e da nossa esperança’. Aguardamos você e seu grupo com aquela alegria e gingado, plenos do axé, dom do Deus da Vida, do Deus Comunitário. Viva o Povo Negro, viva os Mártires da nossa História, História de lutas, desafios e vitória. Viva Zumbi dos Palmares, viva o Povo que faz seus Palmares e que ainda fará Palmares de novo, Palmares, Palmares, Palmares do Povo!
Proponho que sejam feitas algumas consultas nas bibliografias abaixo:
BOAVENTURA, Josuel dos Santos (DEGAAXÉ). Negritude e experiência de Deus. Disponível em:
___________. Comunidades afro e experiência cristã. Disponível em:   http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/teo/article/viewFile/1774/1307
___________. Liturgia a caminho da enculturação em meios afro-brasileiros, parte 1. Disponível em: http://www.cnbb.org.br/site/afro-brasileira/1970-questoes-em-torno-da-liturgia-a-caminho-da-inculturacao-meios-afrobrasileiros
­­­­­­­­­___________. Liturgia a caminho da enculturação em meios afro-brasileiros, parte 2. Disponível em: http://www.cnbb.org.br/site/afro-brasileira/1971-questoes-em-torno-da-liturgia-a-caminho-da-inculturacao-em-meios-afrobrasileiros--parte-2

CELAM. Texto conclusivo da V Conferência do Episcopado Latinoamericano e caribenho, São Paulo: Paulinas, 2008.
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. A fraternidade e o negro. Texto-base da Campanha da Fraternidade 1988, Brasília, 1987.
_______. Pastoral afro-brasileira: princípios de orientação. Brasília: Ed. CNBB, 2008.
_______. Nova Evangelização, promoção humana e cultura cristã.  Petrópolis: Vozes, 1993.
CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II, 1962-1965, Cidade do Vaticano. Nostra Aetate. In: VIER, Frederico (Coord. Geral). Compêndio do Concílio Vaticano II. 22. ed. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 617-625.
_______. Sacrosanctum Concilium. In: VIER, Frederico (Coord. Geral). Compêndio do Concílio Vaticano II. 22. ed. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 257-306.
CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. A liturgia romana e a inculturação. São Paulo: Paulinas, 1994.
PASTORAL AFRO-BRASILEIRA - VI Congresso das Entidades Negras Católicas, Refletindo o Rosto Negro da Igreja, de Medellín a Aparecida.Texto Base. São Luís, 2009.
PIRES, José Maria. O Deus da Vida nas comunidades afro-americanas e caribenhas. Palestra de Abertura da II Consulta de Teologia e culturas afroamericanas e caribenhas. São Paulo, 07 a 11 de novembro de 1994. Disponível em: http://atabaque-cultura-negra-e-teologia.blogspot.com/2009_12_01_archive.html. Acesso em: 02 de jun. de 2011.
REIS, Ari Antônio dos. Sugestões para a inculturação litúrgica em meios afro-brasileiros. Disponível em:
SOUZA, Marcelo de Barros. Celebrar o Deus da vida: tradição litúrgica e enculturação. São Paulo: Loyola, 1992.

Modjumbá axé!
Núcleo da Pastoral afro do Vicariato de Porto Alegre

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