De fato, estou compreendendo que Deus não
faz
distinção entre as pessoas (Atos 10, 34).
O amor não só cria comunhão,
dando coesão ao grupo, mas o lança na direção das outras pessoas, dignas de
reconhecimento e acolhida. Quando se ama não se faz discriminação de pessoas. Discriminação é negação do ser humano e
negação da imagem de Deus presente nele. Quando discriminamos, decidimos não
amar, atentando contra a vida dos demais e agindo contra Deus e o seu projeto
de vida e comunhão. É certo que Deus, em seu amor, nos salvou, mas ninguém está
salvo ao ponto de desprezar os outros, dizendo: “nós estamos salvos, os outros
não”. A salvação é direito de todos e todas, pois “Deus quer que todas e todos
sejam salvos”. Ele não discrimina e também nós não devemos discriminar ninguém.
Como entender, então, o fato de que Deus tenha “preferidos” e de que, a seu
exemplo, a Igreja faz opção preferencial pelos pobres? É que nós quando
preferimos uns, facilmente discriminamos outros. Com Deus é bem diferente.
Imaginemos uma mãe que ama a todos os seus filhos, mas se preocupa mais com o que come pouco ou está doente. Isso não quer
dizer que deixe de amar os outros. Assim, em grau bem maior, Deus ama a todos e
todas, mas tem um cuidado especial por quem é mais fraco e pobre. Ele prefere
estes - porque precisam mais dele - sem excluir os demais, aos quais chama a
serem fraternos e solidários para com estes. Neste sentido, reafirmo que Deus
não faz discriminação, embora tenha preferidos. Por isso, a Igreja, na América
Latina e Caribe, desde Puebla (1979), faz opção
preferencial pelos pobres e, em Aparecida, afirma que esta opção não é
exclusiva nem excludente, assim como é próprio do amor de Deus.
A Igreja existe para evangelizar. Como membros desta Igreja,
somos enviados a todas as pessoas e culturas, como testemunhas alegres do amor
e da misericórdia de Deus. Ele nos amou por primeiro e pede que permaneçamos
nele para sermos perfeitos no amor e a nossa missão possa produzir bons frutos.
O amor é a essência da vida e da missão. Portanto, quem ama é um missionário,
uma missionária. Na evangelização, nos deparamos com muitos desafios e um dos
mais presentes é a acolhida a quem age e pensa diferente de nós, por ser de
cultura totalmente diferente. Só quem ama verdadeiramente é capaz de superar toda
rivalidade, todo bairrismo, todo preconceito, discriminação e ocupar-se do
essencial. O Espírito Santo se antecipa sempre nos lugares onde somos
convidados a estar e, antes de dizermos algo, precisamos escutar. Todos nós estamos
em busca da verdade e precisamos anunciar a Jesus, escutando também o que os
outros têm a dizer. Aí é que tem sentido o diálogo – uma das exigências da
evangelização. Só dialoga quem vive em busca da verdade; quem se sente dono
dela, não tem porque dialogar. Só será possível experimentar plena alegria e
realização na missão, quando soubermos acolher os outros como irmãos e irmãs,
filhos e filhas muito amados de Deus. Assim, Deus será tudo em todos e “vai ser
bonito viver”.
Parabéns a todas as mamães e que possamos aprender delas a
amar segundo Deus. Que Deus as abençoe!
No amor do Deus que nos faz todos irmãos e irmãs, muito axé!
Pe. Degaaxé
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