sábado, 7 de abril de 2012

EXPERIÊNCIA QUE GERA VIDA NOVA

Alegrai-vos, pois este é o dia que o Senhor fez para nós! O anúncio da ressurreição de Jesus é um convite à alegria, alegria da vida que vence a morte, alegria amor que vence a dor e se torna companheiro no caminho, reacendendo esperanças. Os primeiros discípulos ao comunicar este acontecimento, partiam da existência humana de Jesus, ungido por Deus para uma missão, que a desenvolve fazendo bem a todos, curando todos os que estavam possuídos pela mentalidade contraria ao projeto de Deus. Possibilitou experiência plena de sentido aos que deveriam ser suas testemunhas e, mesmo diante da morte injusta, que os abalou duramente, a vitória da vida lhes dá razão de ser discípulos missionários.
Se Cristo não tivesse ressuscitado, de que adiantaria o discurso dos discípulos? Certamente cairia num vazio sem sentido. Inclusive, depois da morte de Cristo, os discípulos já tinham até voltado cada um para os seus afazeres e desfeito o grupo. Não valeria a pena insistir com alguém que frustrou a expectativa de todos e todas.
 Mas hoje, juntamente com as mulheres, somos convidados a uma alegria sem fim. Jesus ressuscitou e permitiu que as mulheres fossem as primeiras a testemunharem o fato. Depois do aparente fracasso, que foi a sua morte, Ele possibilita por primeiro, a experiência de contemplação de sua vitória a quem tinha sua história negada, por ser vitima de uma sociedade machista, excludente e elitista: as mulheres. Estas se tornam as primeiras testemunhas da vitória da vida sobre a morte e assumem na comunidade a vigilância terna e materna para que a vida seja garantida. Só o amor explica.
É neste sentido que queremos voltar a nossa atenção para dois outros personagens diante do sepulcro vazio: Pedro e o discípulo amado (provavelmente seja o apóstolo João). Eles correm juntos para conferir o fato, mas o discípulo amado chega primeiro. É assim o amor: chega primeiro em tudo. “faz acelerar os passos na busca dos objetivos”. Quem ama cuida, antecipa-se nas apreciações de carinho e no encontro da fé. É capaz de perceber, por primeiro, as transformações ao redor, porque ele mesmo tem seu coração transformado pela experiência de ser e sentir-se amado. A experiência da ressurreição é justamente a experiência do amor intenso de Deus que nos escolhe a servi-lo e nos transforma por inteiro em testemunhas do amor que gera vida, fazendo com que vençamos os obstáculos que surgem na caminhada, superemos os preconceitos nas relações de gênero, vençamos o medo que obscurece a vida e vivamos intensamente a fraternidade. É assim que o ressuscitado se faz presente em nossa caminhada. A figura de Pedro é símbolo da luta constante para vencer o cansaço próprio de quem se dedica à missão; de quem é tentado pelo desânimo, mas que supera pela experiência acumulada e intensa de vida, tão necessária para guiar, aconselhar e conduzir. Nos espelhamos nos dois para sermos testemunhas alegres da ressurreição.
Assim é em nossa caminhada existencial: só quando amamos de verdade é que podemos fazer a experiência do Deus vivo e vencedor. Só quando valorizamos a presença das pessoas com o seu jeito diferente de ser é que reconhecemos a presença viva de Deus. Nesta caminhada, cada um tem o seu processo e deve ser respeitado assim, pois Deus não faz distinção de pessoas e é seu desejo fazer-se sentir a todos e todas. Há quem tem facilidade de crer em sua presença e deixar morrer certas resistências que não deixam caminhar. Há outros que não só tem dificuldades para crer, mas também dificultam a fé dos outros. Mas todos e todas são chamados a uma experiência de encontro com o Ressuscitado para se transformarem em suas verdadeiras testemunhas.



Feliz e abençoada Páscoa!

Pe. Degaaxé


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