Una reflexão a partir de Eclo 44, 1-15 e Lc 12, 13-21
A
reflexão que eu gostaria de compartilhar com vcs
estabelece uma relação bela e profunda entre duas espiritualidades: a espiritualidade
cristã e espiritualidade tradicional africana por se tratar di um evento muito
significativo para a nossa familia, che tem uma identidade marcadamente
cultural afro.
Eu
tenho duas mães que eu não posso ver: uma è Nossa Senhora e a outra se chama
Dona Senhora (Clementina). Onde està Nossa Senhora? No céu. E onde està Dona
Senhora? Na condição e situação que a Igreja chama de purgatorio e quando se chega
ao purgatorio, se chegarà também ao céu. Podemos dizer, em uma linguagem afro,
que Mainha (Clementina) està na Morada dos Ancestrais pois ela mesma se tornou
uma Ancestral. E qual é a condição para que uma pessoa possa se tornar
Ancestral?
Em
uma localidade do Congo Democratico, em uma ou mais tribos das muitas tribos
daquele paìs, se conta que uma pessoa adulta quando morre é avaliada por um
Conselho de Anciãos. Se o testemunho da familia for positivo sobre o modo de
viver e agir daquele ente querido ele é mantido no caixão na posição que nòs
conhecemos, isto é, con o rosto para cima. Mas se o testemunho for negativo a
pessoa è virada, isto é, colocada com o rosto voltado para a terra, pois não
merece, não é digna de contemplar o mundo dos Ancestrais.
Sob
este ponto de vista nem todos se tornam ancestrais. Alguns morre para não mais
serem lembrados. O texto que temos escutado do livro do Eclesiastico fala
também deste tipo de pessoa, mas concentra a sua atenção sobre aquelas pessoas
que devem ser lembradas para sempre.
Este
testo faz um elogio, uma hino de louvor em reconhecimento pelas pessoas que
fizeram a vida valer a pena, cioè, que “foram pessoas de bem e das quais os
gestos de bondade jamais serão esquecidos... seus corpos foram sepultados em
paz, seu nome vive por todas as geraçoes”. È aqui che encontramos uma forte referencia
a Dona Senhora, uma grande mulher que viveu entre nòs sabiamente, pois sempre
buscou acumular “tesouros” não para si mesma, como fez aquele louco da paràbola
do evangelho e por isso se tornou rica diante de Deus. Por causa da escolha que
fez, jamais serà esquecida.
Mas
padre, como o senhor usa o verbo no presente (exemplo, eu tenho) se a mãe Dona
Senhora morreu? Nòs nos abituamos a usar o verbo no passado e è esse o nosso
problema, a linguagem. O fato de não poder ver algumas pessoas não nos dà o
direito de pensar que elas não existam mais. Jesus afirmou uma vez: “Deus é o
Senhor dos vivos não dos mortos pois para Ele todos vivem”. E numa linguagem
afro, a comunidade é um composto de pessoas visiveis e invisiveis. Fazem parte
da comunidade junto com os vivos que vemos, os bebes que ainda não nasceram e
as pessoas que deixaram de serem vistas.
Portanto, nos consola o fato de saber que as pessoas que morreram continuam presentes na comunidade, mesmo que de um modo diferente de antes. É a esta modalidade de presença à qual Jesùs educou os seus discipulos depois de ter passado pelo sono da morte. É esta a comunhão dos santos que professamos no credo da nossa Igreja. É esta a experiencia que aumenta a nossa certeza de que Clementina dos Santos Boaventura continua viva entre nòs, pelos valores de bem que viveu e que semeou, e pela sua herança espiritual presente em muitos de nòs. Obrigado Dona Senhora (Clementina)!
Fr Ndega
Nenhum comentário:
Postar um comentário